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terça-feira, 26 de maio de 2015

Aprender a estudar

A forma como se estuda é fundamental para o aluno obter bons resultados. É como saber treinar para um jogador de futebol. Tantos alunos se queixam que estudaram tanto e na hora do teste não são capazes de aplicar o resultado de tanto tempo despendido. Por vezes é preferível "gastar" menos tempo e aumentar a concentração com que se faz.
Deve-se estudar como antigamente, com caderno e livro ou recorrendo às novas tecnologias. Com o Google por perto e ao mesmo tempo, nas redes sociais?

Deixo alguns conselhos:

Criar hábitos de estudo
Os alunos devem estudar com frequência e antecedência. Incite o seu filho a estudar com regularidade (o que permite ir acompanhando a matéria, não a deixando acumular) e de forma atempada, possibilitando reforços de aprendizagem e esclarecimento de dúvidas. Renato Paiva alerta: “Não obrigue o seu filho a estudar. Incentive-o a estudar. Demonstre-lhe que o estudo faz parte de ser estudante e que contribui para o seu sucesso”. No entanto, não é possível que os alunos estudem apenas quando lhes apetece, por isso a criação de uma rotina de estudo é fundamental. É comum ouvirem-se os alunos dizer: “Esta semana não preciso de estudar porque não tenho testes”. “Um tremendo engano!”, na opinião deste pedagogo. “É precisamente nessas alturas que o estudo se torna mais produtivo”.

Planear e diversificar
Evite que o seu filho estude apenas aquilo de que gosta. Deve estudar de forma equilibrada as diferentes disciplinas e não estudar de seguida temáticas semelhantes, como duas línguas ou Matemática logo após Físico-Química, ou História a seguir a Geografia. Diferentes disciplinas privilegiam diferentes estratégias, fazendo com que o estudo não seja tão monótono. O aluno deve iniciar o estudo pelas matérias nas quais sente uma dificuldade intermédia, seguidas das mais difíceis e terminar com as mais fáceis.
Saber estudar implica saber parar. Faça com que o seu filho dedique cerca de um terço do tempo para descansar. Cerca de 15 minutos por cada 45, é o ideal. Nesse descanso, deixe-o fazer o que lhe apetecer. Repartir o esforço por vários momentos traz melhores resultados.

Ler, explicar e praticar
Estudar é muito mais do que ler e memorizar! Numa primeira fase, o aluno de facto deve ler com atenção as fontes de informação, sublinhando o que lhe parece ser mais importante. Mas, de seguida, é muito importante que reproduza a matéria por palavras suas. Que faça resumos, apontamentos, esquemas, simule que é o professor e explique a matéria a alguém. “A melhor maneira de aprender é ensinar”, defende Renato Paiva. E ilustra o papel que os pais podem aqui assumir: “Verificarem se falta informação, fazerem algumas perguntas para perceberem se a criança consegue explicar, pedirem pormenores e exemplos, ou mesmo dizerem que não perceberam para que o filho seja mais explícito ou tente uma diferente explicação”. Numa terceira fase, o estudo implica a realização de muitos exercícios, para o aluno conseguir demonstrar o que sabe e para tomar contacto com diferentes tipos de perguntas que lhe podem ser colocadas. Em termos de alocação do esforço do aluno, é aconselhada a regra 20-40-40: 20% para apreensão de conhecimentos, 40% para a concretização por palavras suas do que aprendeu, 40% para a resolução de exercícios.

Local de estudo

Além de ser muito importante, o ambiente de estudo é um dos fatores que os pais mais podem influenciar. O local escolhido deve ser calmo, com boa luminosidade, temperatura agradável e boa ventilação, ter espaço suficiente para todo o material necessário e ser livre de ruídos perturbadores. A evitar locais de passagem, onde possa ser interrompido constantemente. Renato Paiva é perentório: “Música e televisão só causam distração! E evitem que os alunos estudem com o telemóvel ao pé. As solicitações permanentes, como os SMS, perturbam, causam paragens e desvios de atenção”. E até deixa algumas dicas de iluminação e ergonomia, como colocar um foco de luz do lado oposto à mão com que o aluno escreve, para que não provoque sombra sobre o que está a escrever. Este pequeno pormenor evita esforços suplementares que podem provocar cansaço e até dores de cabeça. Quanto à posição relativa entre a mesa e a cadeira, deve permitir que o aluno tenha o tronco direito, os pés apoiados no chão e que tenha um encosto para uma postura correta e confortável.

Promover autonomia

Desde cedo, as crianças devem ser incentivadas a estudar sozinhas. É normal que não sublinhem logo só o que interessa, que os resumos fiquem incompletos, mas é um processo de evolução contínua, em que os alunos só melhoram se praticarem e tiverem a possibilidade de experimentar. Os pais devem estar atentos e por perto. “A promoção da sua autonomia académica é também um reforço da sua autonomia pessoal”, resume o autor dos livros Ensina o teu filho a estudar e SOS Tenho de Passar de Ano. A criança deve ser ajudada quando tem dificuldades, após os pais perceberem que se esforçou por conseguir sozinha mas não foi capaz. Os pais podem ajudar, fornecendo-lhe estratégias para que consiga estudar sozinha o mais cedo possível. É importante ensiná-la a estudar e não estudar por ela. Renato Paiva deixa um último conselho: “Seja positivo e faça os seus filhos acreditarem que são capazes. Transmita-lhes segurança e valorize os seus sucessos”.

Conselhos retirados de http://www.paisefilhos.pt/

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